19 setembro, 2006

Diário de Viagem (3)


Sexto dia de viagem.... Moulay Idriss!

Calor!!! A sensação ao acordar, depois de ter sentido frio durante a noite!

Pequeno almoço.... banhos.... um cigarrito... pagar... e aí vamos nós para a cidade, onde mal estacionámos tinhamos um "guia" ao nosso lado, que,enquanto o Marquito comprava tabaco marroquino... e eu decidia se comprava ou não... e a Cristina e a Andrea compravam um gelado... foi atrás de outro grupo de turistas.
... não nos importámos nada.... e fomos todos/as contentes para o centro da cidade... mas a poucos metros já estava outro guia, que viera desde da parte mais baixa da cidade a correr para nos apanhar... pensámos "Temos que nos livrar dele!"... mas mal a conversa começou a decorrer... com a Andrea, visto ser a única, além do Chico, bem falante em francês... consideramos... e quisemos a sua companhia pois demosntrou-se cinco estrelas e bastante recomendável: Youssef. É uma pessoa que demonstrou grande conhecimento sobre a história de Marrocos e nos explicou toda a história da cidade, além de ser possível conversar sobre algumas questões políticas, embora com alguns cuidados da nossa parte.

Com o Youssef aprendemos que em Marrocos há escolaridade obrigatória, embora sem perceber quantos anos e se o direito também é delas, as mulheres.
Desde que o Mohammed VI sucedeu o Hassan II que tem havido mudanças significativas em Marrocos. As matérias científicas já são ensinadas em árabe e progressivamente o franc~es está a abandonar a escola.
Moulay Idriss é rica em minérios (trèsors) que são "roubados" por gentes de Agadir. Mohammed VI não permite que a cidade cresça mais para além do que já é para manter a salvo dos turistas frenéticos este lugar sagrado.
A primeira Madrassa de Marrocos foi construída em Moulay Idriss para converter os bérberes ao islamismo.
Moulay Idriss é um dos lugares mais simbólicos de Marrocos. Moulay Idriss foi quem conseguiu fundar a primeira dinastia árabe e converter os bérberes ao islamismo. Acabou por ser assassinado e o seu braço direito e a sua viúva continuaram a tarefa da criação da grande nação árabe (séc. VIII). Moulay Idriss era bisneto de Maomé e o seu avô era irmão de Fátima.
Idriss II, filho do Moulay Idriss será o fundador de Fez.

A cidade parece-nos bastante pobre...

Fomos a dois miradouros, de forma a ter a melhor visão sobre a cidade... não pudemos entrar na Madrassa nem outro local de culto religioso, pois tinha uma placa a dizer "Proibida a entrada a não mulçumanos"... senti-me um pouco agredida!!
Andamos pela cidade, que é pequena!
Para almoçar, Youssef levou-nos a um souk de carnes... eu e o Marco, traumatizados pela experiência de Meknés, preferimos ficar cá fora à espera.
Compraram carne picada, cerca de 750 gr. a 60 dhmas, que levámos a outro local para grelhar... bem, o aspecto da carne, no "talho", fiquei sem saber, mas depois de grelhada estava muito boa. o almoço consistiu na carne grelhada, àgua, azeitonas, salada marroquina (batata cozida, cebola, tomate), coca-cola... e pão, que custou mais 90 dhmas. O Pedro, como se veio manifestar é um gajo de bastante sustento, achou pouco.
Youssef esteve sempre connosco, a conversar... não querendo almoçar e partilhando só a àgua.
Fomos tomar café a outro local, onde o Marquito... com a brincadeira, despejou uma chávena de café por cima do nosso guia... embaraço total!
Na esplanda do café.... eu, a Cris e a Andrea erámos as únicas mulheres! Durante a conversa, Youssef diz-nos que mais acima da cidade, mas perto, há os banhos romanos.... e que nos levaria lá! Ficamos todos/as contentes com a possibilidade de tomar um banho fresco, com o calor que se fazia sentir.... e aí vamos nós!!
... a visão com que nos deparamos: o banho romano é uma piscina cilindrica, onde ao lado tem outra sob o rectangular.... lá no fundo (teríamos que descer bastante)... e onde só se vêm rapazes e homens na àgua.... e as mulheres/raparigas estão a ver e completamente vestidas!!... Bem... desistimos!!

Despedimo-nos do Youssef, oferecendo-lhe 150 dhms, pois perguntámos quanto era o seu serviço e ele, de uma forma humilde disse-nos que não era nada... e seguimos para Volubilis.

Volubilis é uma cidade romana! 120 dhms para entrarmos! Estava a decorrer um Festival de Música com artistas de vários países, incluíndo Portugal - Ana Bobone (não conheço)... o local para um festival é o máximo!!
Optámos por não termos guia... o que nos levou apenas a suposições relativas à organização espacial da cidade. Está bem protegida.
Encontrámos portuguesas... e deveriam estar lá mais, pois vimos dois carros cá fora, portugueses.
Volubilis é uma cidade que demonstra bem os vestigios romanos em território árabe.
Pediram à Andrea 4500 dhms por um livro e 10 dhms por cada marcador de livro (lindos, por sinal)... vão roubar para o deserto!!....

Deixamos Volubilis para trás em direcção a Fez.



Ao chegar a Fez somos automaticamente abordados/as em andamento por um suposto guia de motorizada, que nos oferece os seus serviços.... que simpatia!!! (é incrivel, ficamos parvos/as!!).

Quere-nos levar para um parque de campismo, que não é aquele que pretendemos... oferece-se para nos guiar até lá, gratuitamente (o que dá para desconfiarmos)... mas em troca, teremos no dia seguinte um "guia oficial", que por pura coicidência, é seu irmão. Agradecemos, mas recusamos.

Seguimos as indicações que a Andrea tirou do guia do Filipe... o que não é sinónimo de não nos perdermos.

Seguimos uma autocaravana que nos leva até ao parque de campismo internacional, que fica a 6km de Fez. Chegámos deviam ser cerca de 20 horas 3o mn (hora local).

O parque parece-nos bastante razoável... primeira impressão!

As casas de banho são horríveis: porcas... as retretes são buracos... os duches... bem, já vimos muito, mas muito melhor!

Em contrapartida, tem àrvores, relva, piscinas (3), bar/animação....

A àgua custa 10dhms....

Depois de nos instalarmos e fazer a vestoria... preparar o jantar, que foi "maravilhoso": entrada - queijo e pão....; salda russa com chocos com tinta.... argh!!!; e para sobremesa, pão com doce...para tirar o sabor do jantar!!

Enquanto escrevo.... a Andrea dorme e os gajos e a Cristina jogam sueca.... são 23 horas e 30 minutos... e o sexto dia chega ao fim! Estamos cansados/as!

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Porque são uma das minhas paixões...